Presidente Alves – Duas entidades assistenciais de Presidente Alves poderão ser obrigadas a suspender o atendimento por atrasos no repasse de verbas municipais e estaduais. Desde julho, a prefeitura não efetua os pagamentos, o que tem levado as instituições a suspender oficinas e diminuir os dias de atividades. No total, cerca de 260 crianças, 38 delas com necessidades especiais, estão sendo prejudicadas.
O presidente da Sociedade de Assistência e Ocupação do Menor (Proame), Waldemar Pereira de Camargo, conta que, até junho, atendia 120 crianças de 7 a 14 anos em oficinas de marcenaria, corte de cabelo, corte e costura, manicure, pintura em tecido, informática e culinária, no prédio da antiga Estação Ferroviária, além de 100 crianças da banda da Polícia Mirim. “Hoje, tenho quatro, cinco. Estou fechando dois ou três dias por semana por falta de condições de trabalho”, diz.
Há quatro meses, segundo ele, a prefeitura não repassa os valores de R$ 1.800,00 mensais, referente ao convênio com o município, e R$ 3.066,00 mensais, referente ao convênio com o governo do Estado. “Chegou num ponto que não tenho como pagar o pessoal mais”, conta, referindo-se aos seus cinco funcionários. A única saída, de acordo com Camargo, foi recorrer ao Ministério Público, que deu prazo de 15 dias, a partir do dia 24, para que o município regularize a situação.
Quem também enfrenta dificuldades é a Associação Multidisciplinar de Educação Especial Regiane Affonso (AME), que atende hoje 38 crianças com necessidades especiais de Presidente Alves e Pirajuí das 8h às 16h. Segundo a coordenadora da entidade, Cristiane Dias Legramandi, o atraso no repasse das verbas por parte da prefeitura, que já dura quatro meses, obrigou a instituição a suspender as atividades hoje e segunda-feira visando à redução de gastos, sobretudo alimentação. Por mês, a AME deveria receber do município R$ 1.800,00. Já o valor do convênio com o governo do Estado é de R$ 2.526,00. Além disso, a entidade tem direito a um aditivo mensal de R$ 341,60, que não está sendo pago há seis meses. Ontem, segundo a coordenadora, havia R$ 300,00 na conta da instituição. Legramandi explica que o que garante uma sobrevida à AME é uma verba federal que ela recebe mensalmente de R$ 1.800,00, dividida entre gastos com pessoal e consumo, além de R$ 600,00 repassados por mês pela prefeitura de Pirajuí. Em nota, a prefeitura de Presidente Alves limitou-se a dizer que se comprometeu com o MP a regularizar a situação em 15 dias.
Fonte: www.jcnet.com.br
Os valores de tais verbas mencionadas acima são totalmente irrisórios, nenhuma entidade conseguiria sobreviver com tais recursos sendo que os mesmos são insuficientes para manter o bom funcionamento de qualquer entidade que seja.
ResponderExcluirÉ lamentável que a atual administração ao invés de investir os recursos necessários nas entidades em questão (e digo que no Lar São Vicente de Paulo o investimento é ainda mais precário), tem enxugado os recursos gradativamente, ano a ano. O motivo de todo este descaso é reflexo do quadro político do município, uma vez que a atual administração do município tem por divergentes políticos os dirigentes de ambas instituições supra citadas. Curioso mesmo é o caso do Lar São Vicente de Paulo que apesar de ter à sua frente uma simpatizante do atual governo vem sofrendo a anos e sobrevive das migalhas em forma pecuniária. Neste contexto fica claro o descaso de alguns governantes por aquilo que deveria ser prioridade.
Tal quadro apresentado não seria ainda pior se de fato a política de assistência social do município não vivesse à sombra dos mandos e desmandos daquela que se julga soberana, esquecendo assim que soberana é a vontade do povo! É bastante complexa a institucionalidade sobre a qual repousa a política de assistência social brasileira. De um lado, temos a estrutura federativa que prevê a distribuição, pelas três esferas de governo, das competências neste campo e de outro, temos uma acentuada fragmentação das ações. Mas nem as competências concorrentes entre níveis da federação, nem a pulverização institucionalizada dos serviços e programas assistenciais, atenuaram a sua forte centralização no executivo.
A atual administração colocou à frente daquela que deveria ser carro chefe da administração pública - A Assistência Social, uma direção totalmente equivocada, retrocedemos ao século XVIII no qual as iniciativas de atendimento aos necessitados ocorreram no seio das igrejas, e num contexto histórico, econômico e social bastante heterogêneo e contraditório, propiciando assim aos políticos as vantagens da ajuda aos pobres como moeda eleitoral.
Descaracteriza-se a assistência social enquanto política, perde-se a noção de direito do cidadão e dever do estado.
É preciso competência técnica para que as ações tenham embasamento e suporte respaldados por amparos legais e teorias sociais, é preciso que se conheça uma determinada política para que se possa trabalhar com a mesma. A ausência de tal competência nos remete a uma sociedade politicamente deseducada, fazendo com que tal politica ganhe visibilidade como benesse, como favor! O que seria de um hospital se pedíssemos para um carpinteiro ser médico?
Perdem-se anos de luta, perde-se cidadania, precarizam-se os serviços!
O antendimento aos usuários do serviço social tornam-se praticamente nulos ou igualam-se a filantropia, precariza-se o antendimento as organizações sociais e ao terceiro setor.
É lamentável que o nosso município tenha chegado onde chegou, a ponto de tirar direitos!
Leitura cansativa! Escreveu demais anônimo! tudo se resume em: Má administração! Pronto, duas palavras! Quando você um dia for prefeito conserte a cidade, ou exponha soluções! Não precisa tanto drama na escrita, e sim ações para solucionar o problema.
ResponderExcluirA má administração também perpassa pelos setores.
ResponderExcluirExcelente crítica.
Ótimas críticas. Alguns vão a fundo e outros são mais taxativos. Mas valeram todas. É uma vergonha o que esta acontecendo com nossa Cidade.
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