Prefeito corta gastos em P. Alves

Valdeir dos Reis afirma que desafio é honrar a dívida de R$ 3,4 milhões com fornecedores, com o FGTS e pagar salários

O prefeito de Presidente Alves (56 quilômetros de Bauru), Valdeir dos Reis (PRP), assumiu o mandato com o desafio de honrar dívida de R$ 3,4 milhões com fornecedores e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), colocar os salários e cestas básicas dos servidores em dia e buscar alternativas para aumentar a arrecadação do município, que possui pouco mais de 4 mil habitantes.

Segundo o prefeito, o governo anterior deixou como ‘herança’ aos servidores seis meses de cesta básica em atraso, além de quatro meses de vale no valor de R$ 30,00 (uma espécie de complementação da cesta básica). A segunda parcela do 13º e o salário do mês de dezembro também não foram pagos.

“Acredito que eu já vou fazer uma parte da folha de pagamento, dependendo da arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Se tiver uma arrecadação boa, já pretendo fazer o pagamento de dezembro amanhã (hoje). Se não vier o esperado, eu faço pelo menos uma parte”, revela. “Também tem parcelamento que foi descontado da folha de pagamento dos funcionários e não foi repassado ao banco”. Nesse caso, de acordo com ele, o valor da dívida – que também será negociada – chega a R$ 60 mil. O prefeito está estudando ainda uma forma de saldar uma dívida de R$ 3,4 milhões com fornecedores e FGTS.

“A dívida com fornecedores é de R$ 2,9 milhões, mais R$ 518 mil de FGTS parcelado no total de 180 parcelas”, conta. “Eu pretendo entrar em contato com a maioria deles, alguns até já me procuraram, para que a gente possa fazer um parcelamento a longo prazo porque a curto prazo não tem condições de pagar”.

Para tentar equilibrar as finanças, ele revela que está realizando cortes em diversos setores. “Vamos romper com a Gepron (Instituto de Gestão de Projetos da Noroeste Paulista), que é uma firma terceirizada que presta serviços na área da saúde no valor de R$ 42 a 45 mil mensais, fazer corte de funcionários, corte de combustível”, declara. “Tem uma assessoria jurídica no valor de mais de R$ 5 mil que eu estou dispensando. Na outra administração, gastava-se muito. E, agora, a gente entrou com algumas metas de trabalho que já vão diminuir bastante os gastos. Aliás, já diminuíram nesses nove dias de governo”.

Arrecadação

O prefeito explica que pretende melhorar a arrecadação municipal intensificando fiscalização sobre os produtores locais. “A primeira coisa que eu queria fazer é abrir concurso público para colocar uma pessoa na área de tributos, um fiscal de tributos, que não tem no município”, diz. Além disso, ele planeja revisar o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Faz muito tempo que não tem uma alteração no valor”, afirma.

Segundo o chefe do Executivo, em razão dos débitos com o FGTS, o município está com R$ 600 mil bloqueados pela Justiça. Ele calcula que ainda vai levar entre seis e oito meses para que as finanças municipais comecem a dar sinais de melhora. “Já para pôr toda a casa em ordem, quatro anos é pouco”, declara. A longo prazo, Reis quer investir na construção de casas populares, valorizar os servidores públicos e incentivar o comércio local.

Fonte: www.jcnet.com.br