domingo, 1 de julho de 2012

Alimentação torna osso de idoso frágil


Estudo demonstra que assimilação insuficiente deixa as mulheres acima de 60 mais expostas a fraturas e osteoporose

Mulheres com mais de 60 anos apresentam um índice maior de probabilidade de desenvolver problemas ósseos - como fraturas e osteoporose -  devido à ingestão insuficiente de nutrientes adequados. É o que constatou estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) da Unesp. A pesquisa relaciona a falta dessas substâncias na dieta de 118 mulheres acima de 60 anos atendidas em um programa promovido pela Prefeitura de Bauru.

A pesquisadora Silvia Andrea Destefani, responsável pelo estudo, concluiu que a relação entre o consumo inadequado pode desencadear nesta população problemas crônicos na parte osteomuscular, com prevalência para a osteoporose e também a fragilidade dos ossos. De acordo com Destefani, é urgente que o sistema público de saúde se mobilize, já que pessoas  com 65 anos ou mais correspondem a 78,4% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há a necessidade da elaboração de um plano de ações, por parte da saúde pública do município, para elaborar estratégias com o objetivo de conscientizar este segmento populacional sobre esta condição e da necessidade de mudanças no hábito alimentar, define a pesquisadora.

Qualidade
A qualidade da dieta foi classificada como necessitando de melhorias em 50,8% dos casos avaliados ou de má qualidade (49,2%). Destefani averiguou que a qualidade da dieta e o perfil da ingestão alimentar e de vitaminas A, D, E e K - denominadas lipossolúveis - também se mostrou inadequada para a faixa etária avaliada. De acordo com o estudo, estas substâncias são essenciais para a visão, ossos e dentes, absorção de cálcio, inibição de doenças cardiovasculares e formação de radicais livres. Também agem na coagulação de ferimentos, aumento da quantidade de plaquetas, formação dos cabelos e são antioxidantes.
Segundo a pesquisa, o grupo de mulheres analisado apresentou ingestão suficiente dos grupos de carnes, ovos, óleos, gorduras e sementes. O consumo de frutas, legumes e verduras, laticínios e cereais também foi constatado em níveis abaixo do ideal.
De acordo com Destefani, a recomendação para pessoas com mais de 60 anos de forma geral é alimentação balanceada considerando atividades desenvolvidas, costumes, necessidade energética, de macro e micronutrientes e variedade de alimentos na alimentação habitual. “Sempre se avaliando o indivíduo de forma específica”, pontua a pesquisadora.
Sobrepeso
A pesquisa ainda constatou que as mulheres avaliadas apresentavam sobrepeso e havia queixa sobre o sistema osteomuscular. “Quanto ao sobrepeso, realmente os hábitos alimentares e atividades físicas influenciam, além de fatores fisiopatológicos”, avalia Silvia Andrea Destefani.
Ao todo, 118 mulheres acima dos 60 anos atendidas em um programa voltado a idosos promovido da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Bauru participaram da pesquisa. A pesquisadora fez o estudo no curso de pós-graduação, em nível de mestrado, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) da Unesp.
As avaliações abrangeram desde dados socioeconômicos, culturais e antropométricos ao estado de saúde das pacientes. As questões tiveram auxílio do Inquérito Recordatório 24 horas - método de investigação de consumo alimentar - com intervalos de 30 dias entre cada aplicação.
Através do indicador foram obtidos dados para avaliação da qualidade da dieta e comparados com recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira. Também foi aferido o Índice de Massa Corporal (IMC) das integrantes da pesquisa. 
Fonte: www.jcnet.com.br

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