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Portais são anúncio de boas-vindas aos visitantes e moradores |
Um recurso do Ministério do Turismo está possibilitando que várias cidades da região instalem uma ‘entrada’ para receber visitantes. Algumas desenvolveram um estudo, contrataram profissionais para que o portal represente um pouco daquilo que a cidade oferece. Outros, não se preocuparam com o marco, simplesmente ergueram o portal com a verba que era carimbada e não poderia ser usada para outro fim.
Para a pesquisadora, mestre e professora da Unesp/Bauru, Dalva Aleixo que fez um estudo sobre o assunto em sua tese sobre Comunicação e Cidade, o portal merecia um estudo. “A comunicação institucional é como se eu estivesse de costas para a minha cidade e de frente para o visitante. Eu jogo uma comunicação para quem está chegando. Eu coloco ali o que eu quero que seja visto. O portal representa pela parte, um todo que é a cidade.”
Segundo ela, o portal ritualiza a entrada. “Ele tem que oferecer elementos para que o visitante se situe. Eu lanço um conjunto de elementos no portal que representem o que eu quero que pensem sobre a cidade. É a primeira impressão. O portal tem que responder se a cidade é agradável ou não? Como eu quero ser percebido.”
Se o portal estiver mal cuidado, sem graça, poderá dar uma péssima impressão ao visitante. “Ele pode achar que a cidade não tem nada a oferecer. Do ponto de vista da comunicação das cidades, a impressão que fica é de descuido. Nos portais a comunicação é feita pelo simbólico. Merecia um estudo, porque ele tem que servir de âncora entre o que eu quero mostrar da minha cidade e a maneira como essa mensagem será recebida pelo visitante.”
O visitante de primeira viagem, ao entrar em uma cidade capta uma imagem. Em momentos posteriores, forma um conceito e uma reputação sobre o local. “A imagem, conceito e reputação juntos forma a marca da cidade. Hoje é essencial que as cidades tenham uma marca, até para competir estrategicamente com as outras. A imagem é a primeira impressão, conceito e reputação é o julgamento final.”
Para a pesquisadora, a marca de cada uma das cidades pode prejudicar ou ajudar na disputa por investimentos, tão comum nos dias atuais. “As cidades estão competindo entre si para receber industrias, atrair investimentos, moradores, turistas. Elas deveriam dar mais atenção ao assunto. Existe uma marca cidade, assim como existe uma marca país, uma marca empresa. Se ela não se preocupa com a primeira comunicação dela, ela não cria marca, não consegue disputar, ter vantagem.”
Ela frisa que o portal sendo uma comunicação institucional é simbólico. “Ela tenta ancorar na comunicação não só o que a cidade representa mas como ela quer ser representada. A comunicação institucional é induzida. Eu tento me fazer representar para todas as pessoas do jeito que eu quero ser visto. Eu extraio o que eu tenho de ruim e ressalto o que é bonito.”
A professora ressalta que quem cria a ideia, o conceito tem que ter essas noções. “O sujeito emissor da mensagem, prefeito, arquiteto, engenheiro, quem embalou o portal , quem criou a ideia e o conceito tem que extrair o que a cidade tem de ruim e passar para os visitantes as coisas boas. Elas têm que estar representadas na entrada da cidade, seja através do brasão, das cores ou de elementos. Eu devo escolher os elementos com os quais eu quero ser representado.”, ensina.
Fonte: www.jcnet.com.br
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